ECONOMIA E DIREITO DU PARÁ

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

NEOLIBERALISMO X PANFLETARISMO

No último dia 13 de julho o governo apresentou sua proposta de aumento salarial aos professores universitários. Esta proposta, inicialmente, parece não satisfazer a categoria, pois embora fossem analisar, ficou claro que não se tratar da melhor proposta para o movimento grevista.

O que a Dilma está querendo é dividir os grevistas, fazendo concessões a alguns, promessas a outros, minando as pretensões de uns e buscando,  de modo geral, enfraquecer o movimento como um todo. 

A crise econômica mundial se apresenta como a principal desculpa para o não atendimento das pretensões salariais. O governo afirma que o aumento salarial gera um acréscimo significativo nos gastos públicos, impedindo o crescimento no longo prazo, já que o aumento dos gastos governamentais implica em elevação da carga tributária ou mesmo na impossibilidade de investimentos em projetos fundamentais para o país, como os do PAC. 

Por outro lado, estão grevistas sequiosos por aumento real em virtude do achatamento dos salários nos últimos anos, devido o apetite inflacionário e a falta de um plano de recomposição salarial. É certo que a inflação degrada os salários nominais, havendo, portanto, a necessidade de recomposição anual, ou mesmo de um gatilho salarial no setor público, a fim de evitar perdas nos vencimentos básicos. No entanto, isso tem um preço, a tão conhecida inércia inflacionária, de tal sorte que o BC não cogita isso nem mesmo em pesadelo.

Observa-se também que há assimetria no conjunto de vencimentos dos servidores federais, enquanto alguns escapam da morte com cerca de dois ou três salários mínimos, outros mamam - salários amazônicos - nas tetas da vaca pública.

Neste mar de interesses, os sindicatos e seus seguidores surgem com palavras de ordens e discursos planfletários. Alguns acreditam até em 10% do PIB para educação, em detrimento do pagamento dos serviços da dívida pública. Ao que parece, trata-se apenas de uma questão de escolha.

Nesse sentido, o governo empenha esforços para evitar um reajuste salarial, de tal maneira que se impeça um cataclisma econômico, e os grevistas, por sua vez, acreditam que o FMI e a Dilma são os principais obstáculos às suas recomposições salariais, cabendo, portanto,a canalização do ódio e o rancor necessário na pessoa da presidente. 

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