ECONOMIA E DIREITO DU PARÁ

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O DILEMA DA GUERRA CAMBIAL



O câmbio tem mostrado uma leve apreciação nos últimos meses, o que, de certa forma, tem preocupado os formuladores da política monetária do governo. Em declaração na Turquia, neste mês de outubro, a Presidente Dilma Roussef conclamou os países emergentes a participarem de uma guerra contra a “guerra cambial”, visto que os países desenvolvidos não conseguiram fazer ajuste fiscal e na busca da ressurreição econômica utilizam seus BCs para expandir a base monetária, a fim de escapar da recessão econômica.

No discurso da presidente está implícito o desconforto com a válvula de escape utilizado pelas economias desenvolvidas, uma vez que a expansão da base monetária tem apreciado artificialmente as moedas dos países emergentes, afetando o seu fluxo de comércio externo por conta da menor competitividade em que são jogados os parceiros emergentes. Assim, precisam criar políticas econômicas internas a fim de minorar o impacto da guerra cambial, como incentivo às exportações, aumento de alguns impostos relacionados, incentivo ao consumo doméstico, entre outros mecanismos de política econômica.

O problema da valorização do real está na conjunção de vários fatores como taxa de juros muito baixa nos países desenvolvidos, excesso de liquidez do mercado mundial, alta nos preços das commodities exportadas pelo Brasil, grande potencial da economia brasileira e a taxa de juros elevada aqui nas terras tupiniquins. Tudo isso leva a uma apreciação da moeda local em face da moeda estrangeira, forçando o governo a adotar estratégias para salvar o produto nacional da falta de competitividade no mercado internacional.

No entanto, o problema da valorização cambial no Brasil está relacionado principalmente com a taxa de juros, uma vez que há uma diferença expressiva entre a taxa de juros doméstica e a taxa de juros mundial (quase zero), o que incentiva, significativamente, a entrada no Brasil de capitais especulativos que fazem com que o real se aprecie de maneira artificial. Segundo o ex - presidente do BC, Gustavo Franco, o culpa dos juros altos no Brasil é do ministro da fazenda que não reduz os gastos públicos. Todavia, reduzir gasto público na área de saúde, educação, transportes e segurança, como alguns querem, é pedir para aprofundar a crise no longo prazo. 

Outro ponto a se observar é em relação à inflação que, segundo a consultoria MB Associados, ficará, este ano, no teto da meta (6,5%), a qual tem impacto diretamente na taxa de juros, posto que o juros se mantém elevado para segurar o descontrole inflacionário, que ultimamente vem dando sinal de irresignação. Logo, o governo precisa cuidar da política cambial de olho não só nos “parceiros desenvolvidos”, mas também nas suas escolhas domésticas, as quais tem muito contribuído para essa guerra de nervos.




  

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O DISCURSO DO REI INDIGNADO


Na última campanha eleitoral para o governo do Estado doTocantins eis que surge a figura do rei indignado  em face da corja de ladrões e saqueadores dos cofres públicos tocantinenses.  Então, o velho guerreiro estava retornando para reprimir os corruptos e restabelecer a paz social, porquanto não era mais possível o povo suportar tamanho ônus.

Porém, ao assumir o governo, vossa majestade, ou vossa excelência, o sr. José Wilson Siqueira Campos promoveu uma verdadeira faxina na coisa pública, isto é, demitiu mais de doze mil comissionados (depois recontratou quase o mesmo tanto - de amigos, é claro!), buscou privatizar a saúde e, constitucionalmente, restabeleceu a selvageria das licitações "pro amicus", isto é, tocou obras e serviços mediante a modalidade concorrência "melhor amigo"  (sic), aliás, melhor técnica, além, obviamente, dos arroubos  costumazes nos eventos comemorativos do Estado, com a mais pura e sublime arrogância siqueiruda de ser.

Em declaração midiática, nosso emérito governador, à época da campanha, disse que "se não roubar dá para fazer o que o Tocantins precisa". Interessantíssima essa profecia! Pena que não faz parte desse  Tocantins a grande maioria dos que realmente precisam - o povo!!!