ECONOMIA E DIREITO DU PARÁ

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sábado, 27 de novembro de 2010

O novo cenário da economia brasileira com Dilma

Nao acredito em grandes mudanças ao longo do governo Dilma. A nao ser que ela enfrente uma guerra mundial ou um colapso econômico de algum emergente ou mesmo o aprofundamento da crise da Uniao Europeia. Do contrário, tudo tende seguir o mesmo rumo do governo Lula. Como política economica com juros altos para debelar a inflação, política de gastos sociais contínua e, principalmente, avanço nas obras de infraestrutura, haja vista a iminência da Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016.

Esperava um melhor nome para o Banco Central, uma vez que Henrique Meireles consolidou a política monetarista das metas de inflação, baseada nos juros reais acima de 5%. De qualquer modo, não foi, para o contexto inicial, a pior política econômica, mas ultimamente já merecia flexibilizar sua política de juros altos, como único meio de debelar a inflação, dado o custo social que tal política monetária impõe ao país. Certamente, muitos esperavam a continuidade de Henrique Meireles no comando do BC, mas surgiu como surpresa o nome do Alexandre Tombini, diretor de normas do BC. As más línguas dizem que o Tombini foi escolhido porque será mais "dócil" e, portanto, mais fácil de dominar. Isso, de fato, é complicado porque imagina-se que o BC deve ter sua independência preservada, ainda que pratique uma política econômica que não seja a melhor para o país.

Particularmente, eu esperava que a Dilma escolhesse para o cargo de presidente do BC alguém mais conhecido ou mais do meio político - entre os economistas, claro. De todo modo, vejo que a escolha da Dilma visa realmente mostrar que ao longo do governo, a presidente - que é economista - vai gerenciar mais de perto os rumos da politica econômica. Afinal, é pela primeira vez que um economista consegue ocupar o cargo mais importante do país. Ela nao vai perder a chance de meter o "bedelho" num assunto que diz respeito ao seu ofício. Só espero que essa escolha tenha sido acertada.

Quanto à política econômica, espero que ela reduza paulatinamente os juros reais, para que o país vislumbre no médio prazo uma redução da dívida pública, possibilitando no medio e longo prazo o arrefecimento da carga tributária. Isto só será possível com a combinação da redução dos juros reais e uma política de contenção gradativa dos gastos públicos. Evidementemente que nao se deve cortar os gastos essenciais, pois o país precisa ampliar sues gastos em saúde, educação e infraestrutura. Espero que nao se cometa os erros do passado, quando para fazer superávit primário, optou-se pela contenção dos gastos pública na área essencial.

De todo modo, esparamos que Dilma Rousseff faça um bom governo do ponto de vista econômico, mas não se pode descuidar dos riscos que envolvem esta área, principalmente na questão dos gastos públicos e da política macroeconômica do país.