ECONOMIA E DIREITO DU PARÁ

email para publicação: paraense25@hotmail.com

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A face inimiga da verdade


Em uma palestra recente no Ceulp Ulbra, o Desembargador Antônio Félix do Tribunal de Justiça do Tocantins declarou que não acredita na justiça: “Eu não acredito na Justiça. Alguém aqui acredita?”, disse aos acadêmicos do curso de direito. Tal declaração parece um tanto estranha vindo da pessoa do desembargador, o qual tem a missão de zelar e promover a justiça. Outra declaração que causou espécie foi a do técnico do palmeiras, Luiz Felipe Scolares, quando perguntado por que nao escalava os jogadores mais novos do clube. Respondeu que "não tem atleta bom". Foi um deus nos acuda, tais declarações de Felipão estouraram como uma bomba na categorias de base do clube, deixando torcedores e simpatizantes atônitos. 

Mas por que as pessoas ficam perplexas com declarações como estas? Será por que não suportam mais  viver sem hipocrisia? Ou será que o fardo da verdade ou do politicamente incorreto (como queiram) é pesado demais para eu me arriscar e suportar toda a ojeriza e desprezo da nossa elite intelectual, ou mesmo dos nossos imparciais formadores de opinião?!! Grande parte da sociedade, em meio a tanta corrupção, impunidade, violência, mediocridade, vulgaridade, mentiras, e outros faz-de-contas, já não consequem mais dizer algo sem um pingo de leviandade, ao passo que a verdade passa a gozar de um status antisocial, antiestético e até mesmo contrário a ética profissional, a moral e aos bons costumes. Já que na nossa sociedade pós-moderna é comum o culto à hipocrisia, à adoração das bobagens shows (dança dos famosos), à vulgaridade dos corpos nus, a burrice exarcebada da classes mediocres, e a busca incessante por audiência, visando a difusão daquilo que é politicamente correto e aceito como padrão de conduta social. 

Evidentemente, que o conceito de verdade é relativo, no entanto, há algumas verdades que já se tornaram absolutas por estas terras, como "o Brasil é o país da corrupção e da impunidade", poderiam alguns cientificistas  e filósofos-abstracionistas-utópicos contestar veementemente o conceito de verdade aqui empregado. Contudo, não estamos preocupados com a teoria filosófica da verdade, mas com a realidade na qual vivemos ou fingimos que estamos vivendo. Afinal, tudo o que se diz na busca da verdade tem que passar pelo crivo dos moderadores do que é ou nao politicamente correto,(sic) , do que é ou não verdade.

Portanto, não nos assombremos com a verdade; uma vez que faz bem à  própria consciência - de vez em quando - uma gotinha de sinceridade. Assim, evitaremos representar para nós mesmos aquilo que representamos para os outros, o que já seria o abismo da hipocrisia!!





Nenhum comentário:

Postar um comentário